FOTO: Divulgação. OBS: Imagem feita antes das medidas protetivas em vigor em decorrência da pandemia de Covid-19
A Universidade de Pernambuco (UPE) vai criar ambientes de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) para o setor agropecuário e implantar um programa de capacitação técnica de alto nível para o desenvolvimento de novos negócios no setor de fruticultura irrigada na região do Vale do São Francisco. Estas ações, que representam um investimento de R$ 616 mil, integram o projeto AgritechNE, desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) com instituições parceiras.
O Campus Petrolina da UPE ficará responsável por duas das oito metas do AgritechNE, que será gerido pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Os recursos aportados para a execução total do projeto estão estimados em R$ 1,3 milhão, dentro da ação orçamentária de Estruturação e Dinamização de Atividades Produtivas – Rotas de Integração Nacional. O público-alvo será o setor produtivo do agronegócio, técnicos, estudantes, institutos de ciência e tecnologia, empresas de extensão e órgãos estaduais e municipais.
Vice-coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental no Campus UPE de Petrolina, o professor Claudemiro de Lima Júnior será o responsável pela implementação das metas que ficaram a cargo da instituição de ensino superior estadual. Ele participa da elaboração dos trabalhos desde o início, em 2019, quando foi instituído o Polo Mangue Digital.
Com a interiorização do projeto e a criação do Polo Sertão Digital, o objetivo maior é estimular o surgimento de agritechs no Vale do São Francisco para o desenvolvimento tecnológico da região e geração de novos empregos. De acordo com dados do censo Radar Agtech, monitoramento realizado pela Embrapa em 2019, 90% das agritechs brasileiras estão localizadas na Região Sul e Sudeste. Somente 4% delas estão na Região Nordeste. O eixo Petrolina (PE) - Juazeiro (BA) é um dos maiores polos de fruticultura tropical do Brasil.
A primeira das duas metas estabelecidas para a UPE será a estruturação ou fortalecimento de ao menos dois ambientes de inovação TIC para o setor agropecuário (incubadoras, aceleradoras tecnológicas, laboratório de inovação ou parques tecnológicos), preparando-os como mecanismos de geração de empreendimentos inovadores (MGEI), sendo ao menos um espaço físico na Região Metropolitana de Recife e outro em Petrolina ou Juazeiro.
Esses espaços servirão para cursos de capacitação e ambiente de coworking já no cenário pós-pandemia de Covid-19. Para a execução desta meta, um bolsista será alocado no polo Mangue Digital (Recife) e outro bolsista no polo Petrolina-Juazeiro, ambos com contratos de duração de 24 meses.
A segunda meta da UPE no AgritechNE é a realização de programa de residência tecnológica em agronegócio com especialização de 360 horas, atendendo até 30 pessoas. O programa deve seguir os modelos já experimentados na Escola Politécnica de Pernambuco (Poli/UPE).
Aprovado em 2016, o Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental do Campus Petrolina da UPE teve a sua primeira turma em 2017. Conta atualmente com 18 docentes e 40 alunos matriculados no mestrado em Ciências Ambientais. Outros cursos do núcleo da UPE no Sertão do São Francisco, como Geografia, Biologia, Nutrição e até Matemática, trabalham conteúdos relacionados ao desenvolvimento econômico da região.
Além da UPE, outras instituições que participam do projeto AgritechNE são Secti-PE, Embrapa, MDR, Banco do Nordeste, Sudene, Univasf, IFSertão Pernambucano, Facape, Sebrae, SenaR, Habitat de Inovação Garoa e Prefeitura de Petrolina. As metas estabelecidas devem ser cumpridas até 2023. A apresentação dos objetivos ocorreu em evento online no dia 2 de fevereiro.
As oito metas do AgritechNE são: 1) Mobilização, realização de workshops e consultas para identificação de problemas do Vale do São Francisco; 2) Realização de programa para a criação e geração de soluções tecnológicas e agritechs; 3) Construção de plataforma online para coordenação das atividades do programa AgritechNE; 4) Estruturação de, ao menos, dois ambientes de inovação TIC para o setor agropecuário; 5) Realização de capacitações técnicas em gestão e tecnologia; 6) Implantação de programa de residência tecnológica; 7) Desenvolvimento de projeto piloto de nanotecnologia aplicada ao agronegócio; 8) Criação de plano de comunicação da plataforma AgritechNE.